A advogada, doutora Valéria
Santos, negra, carioca, foi presa no exercício de sua profissão durante uma
audiência no Juizado Especial Criminal em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A
defensora aparece em vídeo divulgado em rede social requerendo à juiza, durante
audiência criminal, para que tivesse sua requisição apreciada em defesa da ré.
Enquanto a advogada exercia
seu direito de defender a ré que estava sentada ao seu lado e em frente da
juíza, foi requerido aos policiais que faziam
a segurança da repartição pública que retirassem a advogada da sala de
audiência.
“A única coisa que eu vou
confirmar aqui é se a senhora vai ter que sair ou não. Se a senhora tiver que
sair, a senhora vai sair!” rebate o policial não identificado.
A advogada, subjulgada pelos
presentes, faz a sua defesa neste momento direcionando sua fala diretamente
para o policial que alterava a sua voz dizendo que iria prendê-la. Ainda
requereu a presença de um membro da Comissão de Direitos e Prerrogativas dos
Advogados, para que a representasse a fim de fazer valer os seus direitos
enquanto patrona da ré alí presente.
O presidente da Comissão de
Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), Luciano
Bandeira, afirmou que a instituição vê o episódio de forma perplexa. Ainda de
acordo com ele, a situação é inconcebível e algo que nunca aconteceu na
história do Brasil.
“A postura da ordem é de
perplexidade e indignação porque aconteceu ontem em Duque de Caxias algo que
nem mesmo na Ditadura Militar se viu.
Uma advogada, no exercício da profissão, presa e algemada dentro de uma sala de
audiência. Isso é inconcebível e uma afronta ao Estado de Direito, uma afronta
à advocacia brasileira, uma afronta ao direito de defesa”, disse Bandeira.
O representante da OAB-RJ
afirmou ainda que algumas medidas necessárias serão tomadas contra a postura
dos PMs e da juíza leiga. A ordem quer ainda que Valéria seja ressarcida após o
episódio considerado tenebroso.
“A ordem terá uma postura
muito firme na defesa.
Fonte/ Youtube