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Material, etiquetado como um par de mamas, tem apenas a identificação do médico e da paciente, mas não do hospital

IRRESPONSABILIDADE: BANHISTA ENCONTRA RESTOS CIRÚRGICOS DE MAMAS FLUTUANDO NA PRAIA DE PONTA VERDE



Material, etiquetado como um par de mamas, tem apenas a identificação do médico e da paciente, mas não do hospital



Um verdadeiro susto. Essa foi a sensação do autônomo Rithelly Bruno ao se deparar com restos cirúrgicos boiando na praia da Ponta Verde, em Maceió. Acriano morando na capital alagoana há sete meses, ele conta que achou o material - que está identificado como um par de mamas - enquanto estava no local com a família.

"Estava com minha esposa e meu filho, saímos de manhã cedo para curtir a praia. Meu filho estava brincando na areia e por volta das 15h fui mergulhar e vi um saco boiando. Pensei ser um saco de lixo e resolvi tirar de dentro d'água, mas logo vi um esparadrapo e uns nomes escritos mama esquerda e mama direita. Tomei um susto".

Nas sacolas, há etiquetas identificando o nome do médico e da paciente. De acordo com o banhista, não há nome de nenhum hospital no material. "Na hora eu fiquei passando mal, porque vim do Acre morar aqui faz sete meses e nunca imaginei  encontrar uma coisa dessas", diz.

Bruno conta que ligou para a Vigilância Sanitária, mas não conseguiu contato com o órgão. Ele lamenta a situação. "Fico muito triste porque sempre levo meu filho pra tomar banho ali e brincar na areia. Vários turistas vêm passear com suas famílias e ficam ali também, pessoas saem de seus Estados pra morar aqui por conta das praias".

O acriano, que veio para Maceió para abrir um negócio, mas desistiu depois de sete meses esperando as licenças necessárias, ainda classifica o episódio como "uma vergonha" para o Estado. "Os turistas passarem por isso eu acho uma vergonha para as autoridades de Alagoas".

Em contato com a Gazetaweb, a Vigilância Sanitária da capital informou que vai averiguar o fato. "Quando esse tipo de material é entregue para a família, é preciso que o paciente assine um  termo de consentimento, assumindo que vai se responsabilizar por aquela amostra. Temos que averiguar se isso foi entregue, se foi feito no hospital", aponta a gerente de Inspeção de Serviços de Saúde do órgão, Luana Pires.

Segundo ela, caso a amostra não precise ser utilizada para outros fins - como a realização de exames - é necessário que ela seja descartada na própria unidade hospitalar, que pode dar destino correto ao material. Um processo será aberto para investigar a situação.

Versão do médico

O cirurgião plástico que fez cirurgia entrou em contato com a Gazetaweb para explicar a situação. Segundo ele, o procedimento foi realizado há quase três semanas e aconteceu com sucesso. Como explicou, a paciente foi orientada a procurar um laboratório para análise histopatológica da peça. A saída do material do hospital foi protocolada e assinada pela família, conforme regra geral em casos desta natureza.

O médico disse que foi surpreendido com a notícia de que os restos cirúrgicos foram encontrados na praia e se isentou da culpa. Informou que a partir da saída da peça cirúrgica da unidade hospitalar, o profissional médico não mais se responsabiliza. É do próprio paciente a obrigação de levá-la para um laboratório de sua confiança para que o estudo seja concluído.

"Nunca vi uma situação deste tipo e fico chateado em ter o meu nome envolvido em um caso de extrema irresponsabilidade por parte do paciente. Meu trabalho foi correto e não posso ser responsabilizado por isto", afirmou o médico.

Versão da paciente

Em contato com a Gazetaweb, a paciente Marta Gersyane, de 21 anos, que teve seus restos cirúrgicos encontrado flutuando na Praia da Ponta Verde, em Maceió, reconheceu o erro ao afirmar que descartou de forma irregular o material.

De acordo com Marta, que se submeteu a um procedimento cirúrgico no início do mês, sua avó foi a responsável pelo equívoco. Ao buscar o material em um laboratório da capital, não teve os cuidados necessários.

"Fomos orientadas a procurar um laboratório para análise histopatológica da peça. Pedi para que minha avó fosse, porque estava sem tempo. No entanto, ela acabou fazendo o recolhimento do material e, quando chegou em casa, descartou na lixeira. Acredito que, por isso, ele foi parar na praia de alguma maneira", frisou a paciente.


                               Bruno lamenta episódio e se diz assustado com achado ( Foto/Cortesia)
   


Por:Gazetweb

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