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Advogada é bicampeã de tiro olímpico, Júlia Nunes, é uma das alunas do curso

PROCURA POR CURSOS DE TIRO DEFENSIVO EM ALAGOAS CRESCE APÓS DECRETO PRESIDENCIAL



Advogada é bicampeã de tiro olímpico, Júlia Nunes, é uma das alunas do curso


Promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o decreto para desburocratizar os trâmites para a obtenção da posse ou porte de arma de fogo por cidadãos comuns movimentou o cenário nos clubes de tiros por todo país. Foi registrado um aumento expressivo de alunos desde o primeiro dia do ano.

Entre os cursos mais procurados está o "Tiro Defensivo", que consiste em aulas para fazer o uso da arma de fogo em situações de legítima defesa, própria ou de terceiro, é dado frontalmente na região do alvo, de modo a fazer cessar uma agressão injusta, atual ou iminente.

Uma das alunas do curso é a bicampeã brasileira de Tiro Esportivo, a advogada Júlia Nunes, que passou a fazer aulas depois que foi ameaçada pelo ex-marido de uma cliente.

"Passei por momentos de tensão, onde ele [o acusado] me ameaçava por telefone, por mensagens. Dizia que medidas protetivas não serviam. Não conseguia dormir. Saía de casa com medo. Tive que solicitar proteção policial, mas graças a Deus ele foi preso, porque ele é muito perigoso", relatou.

Júlia contou que apesar de já ser atiradora profissional, o curso de Tiro Defensivo é totalmente diferente de tudo que aprendeu no Tiro Olímpico. Segundo ela, é preciso mais agilidade, precisão e, principalmente, muita frieza, porque a pessoa pode estar diante de uma situação que pode lhe custar a vida.

"No Tiro Olímpico eu tenho um minuto para efetuar um disparo. Aqui eu tenho segundos para dar dois ou três e, às vezes, municiar a arma, me proteger. É tudo muito rápido, onde todas as minhas ações precisam ser precisas e eficazes. Um erro pode me custar a vida", explicou.
De acordo com o instrutor Mário Xavier, que é coronel da Polícia Militar de Alagoas, qualquer pessoa pode participar dos cursos de Tiro Defensivo. Segundo ele, o treinamento é realizado para que o aluno possa estar apto a usar a arma de fogo em situações de ameaça.

"É um treinamento para que o indivíduo esteja apto a sacar a arma, municiar, destravar e efetuar o disparo com a arma de forma eficaz e que alcance o seu objetivo, que é se proteger. Na verdade, nós treinamos as pessoas esperando que um dia ela não precise utilizar, mas se surgir uma oportunidade, ela esteja pronta para fazer o uso da arma", explicou.

Instrutor desde 2002, coronel Xavier explica que o curso simula situações o mais próximo do real, seja numa tentativa de assalto com arma de fogo, numa situação com reféns, entre outras situações.


"Nós simulamos toda e qualquer situação em que a pessoa esteja ameaçada. Seja num assalto à mão armada, seja num possível sequestro, entre outras possibilidades. Nós treinamos exaustivamente o saque da arma, o municiamento, o disparo de precisão, assim como ensinamos a manter a calma e agir de forma precisa", contou.

Xavier também relatou um aumento na procura por suas aulas. Segundo ele, desde quando houve a confirmação da vitória de Jair Bolsonaro para a presidência da República, houve um crescimento gradativo, principalmente após a publicação do decreto.

"Muitas pessoas, que compactuam com o pensamento dele de ter uma arma em casa para se defender, começaram a procurar as escolas de tiro para aprender a manusear uma arma e dar início ao processo para obter a posse. Com o decreto que flexibilizou, o aumento foi expressivo", concluiu.

Porte de arma

A Polícia Federal registrou grande procura por novos registros de arma de fogo em 2019. Em Alagoas, até o dia 15 de janeiro deste ano, o órgão federal em Alagoas registrou 143 pedidos de novos registros de arma de fogo, o que é equivalente à uma média de 9,5 pedidos por dia.

Durante todo o ano de 2018 foram solicitados apenas 585 novos registros, equivalente a uma média de 1,6 por dia. Ou seja, em apena 15 dias já houve o registro de 24,4% do total registrado no ano passado.

A Gazetaweb participou de um dos treinamentos realizados por Júlia Nunes com o instrutor coronel Xavier, onde ela simula disparos à 3 e 5 metros de distância. Confira:

Por: Gazeta web




Advogada Júlia Nunes é uma das alunas do curso de tiro Defensivo

                             FOTO: RAFAEL MAYNART



                                                               Júlia Nunes procurou o curso após sofrer ameaça

FOTO: RAFAEL MAYNART



                                    Júlia Nunes ao lado do coronel Xavier durante instrução de tiro

FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Júlia Nunes ao lado do coronel Xavier durante instrução de tiro
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Júlia Nunes ao lado do coronel Xavier durante instrução de tiro
FOTO: ARQUIVO PESSOAL



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