As testemunhas e réus falarão
nos dias 1º, 2, 3 e 5 de abril, no fórum de São José dos Pinhais (PR). Devido à
grande quantidade de réus (sete) e, consequentemente, às muitas testemunhas,
não é possível dizer se os quatro dias reservados serão suficientes para que
todos sejam ouvidos. Caso seja necessário, novas datas serão estipuladas para
que todos falem à juíza Luciani Regina Martins de Paula.
São 77 nomes de testemunhas
entre acusação e defesa. Só a família Brittes têm 48 nomes arrolados entre
familiares, amigos próximos e pessoas que de alguma forma foram envolvidas no
caso durante o andamento do processo, como o jornalista da Rede Massa, afiliada
do SBT no Paraná, Eleandro Passaia e os policiais afastados Edenir Canton e
Helder Padilha.
Edison Brittes Júnior,
Cristiana Brittes, Allana Brittes, David Vollero, Ygor King, Eduardo Henrique e
Evellyn Perusso são réus em diferentes crimes que ocorreram durante e após o
assassinato de Daniel, como coação de testemunha e fraude processual. Evellyn,
por exemplo, responde em liberdade por falso testemunho.
Depois de todos os
depoimentos, há um prazo de cinco dias para alegações da promotoria e outros
cinco para os defensores. Após analisar as manifestações, a juíza Luciani
Regina Martins de Paula dará a sentença de pronúncia se os réus irão a júri
popular.
Algumas perguntas ficaram sem
respostas durante os interrogatórios dos réus pela polícia. Edison Brittes
Júnior, que confessou ter assassinado Daniel, preferiu o silêncio em vários
momentos, afirmando que esperaria o resultado do laudo do Instituto Médico
Legal (IML). O momento para esclarecer o que aconteceu é agora.
O jogador foi morto após um
"after party" na casa da família Brittes após a comemoração do
aniversário de 18 anos de Allana na casa noturna Shed, em Curitiba (PR).
Edison Brittes Júnior se
calou, principalmente, quando questionado sobre o que aconteceu após ele, Ygor
King, David Vollero e Eduardo Henrique da Silva deixarem a casa da família
Brittes levando Daniel no porta-malas do Veloster preto.
Brittes não respondeu, por
exemplo, qual foi o caminho percorrido até chegar ao local onde Daniel foi
morto; e não detalhou a sequência dos fatos, se a emasculação aconteceu
primeiro ou antes do degolamento. David, Ygor e Eduardo também dão versões
diferentes sobre quem desceu do carro e viu Edison Brittes matar o jogador.
Algumas questões relacionadas
à sessão de espancamento a que Daniel foi submetido na casa da família também
estão sem respostas por contradições em outros depoimentos à polícia.
Quem pegou a faca usada para
matar Daniel? O que aconteceu com o celular do jogador? Qual foi a atitude de
Cristiana Brittes ao ver o marido e outros espancando Daniel?
Cristiana é acusada de
homicídio apesar de não ter acompanhado o marido e os outros três homens até o
local onde Daniel foi morto.
A Justiça autorizou na semana
passada que as imagens da casa noturna Shed, onde foi comemorado o aniversário
da filha de Edison Brittes, sejam liberadas para análise a pedido da defesa da
família, representada por Cláudio Dalledone Júnior. As imagens devem mostrar o
interior da boate e o momento em que Daniel e os réus deixam o local rumo à
casa dos Brittes.
A juíza Luciani Regina Martins
de Paula negou na semana passada os pedidos feitos pela reportagem e demais veículos
de comunicação para entrevistas com os réus Edison Brittes Júnior, Cristiana
Brittes e Allana Brittes.
Na decisão, a juíza explicou
que os depoimentos das testemunhas restantes poderiam ser prejudicados pelo
acesso a declarações prestadas pelos réus.
"Algumas das testemunhas
prestarão esclarecimentos a respeito dos fatos. Portanto, sua oitiva é de
extrema importância para a 'busca da verdade real'", diz parte da decisão.
"Muitíssimo em breve os
réus já terão a oportunidade de dar a sua versão dos fatos, sendo que a
imprensa terá acesso a isso concomitantemente a este r. Juízo, bem como terá
amplo acesso às mídias dos depoimentos, assim como ocorreu outrora", completa
a juíza.
Por:TNH1