A mulher e as crianças estão em poder de André Luiz desde às 20h desta terça - Arquivo Pessoal |
Tenente-coronel colocou os
filhos, que são gêmeos, na porta do apartamento para que a polícia não entre
O tenente-coronel do Exército
identificado como André Luiz, de 50 anos, mantém a mulher, Luciana Arminda, 45,
e os filhos, que são gêmeos, 11, reféns desde às 20h de terça-feira em
Cascadura, na Zona Norte do Rio. Todos estão em um apartamento do terceiro
andar do prédio do Condomínio Califórnia Park, que fica na Rua Cerqueira
Daltro.
PMs do Batalhão de Operações
Especiais (Bope) negociam a liberação dos reféns com o tenente-coronel, que tem
20 anos de Exército e atualmente baseado em Resende, na Região Sul Fluminense.
O militar mantém os dois filhos na porta da residência para que a polícia não
entre no apartamento. As crianças estão assim desde às 21h.
"O Bope assumiu a
ocorrência ontem e todos os protocolos estão sendo seguidos para termos um
desfecho favorável. Essa é uma situação tensa", avalia o porta-voz da
Polícia Militar, o coronel Mauro Fliess. "Temos médicos e psicólogos, da
PM, que estão acompanhando as negociações.
O estado de saúde das vítimas está
sobre controle diante do que a situação permite. Eles estão sendo acompanhados
por uma equipe médica e pelos psicólogos e estamos com negociadores batentes
qualificados".
BRIGAS
De acordo com vizinhos, o
sequestro começou quando o casal começou a brigar. Luciana foi até a janela e
gritou pedindo socorro. Os porteiros ouviram e chamaram a polícia. Agentes do
9º BPM (Rocha Miranda) foram os primeiros a chegar no local, seguido do Bope.
"Eu estava em casa, moro
no mesmo andar deles e fiquei sem saber o que estava acontecendo. Quando abri a
porta já tinha polícia, bombeiros...", lembra o estudante de Farmácia
Carlos Orlando Marreiro, 36. "De vez em quando eles tinham desentendimentos,
mas nada tão grave como agressão. A gente sabia que tinha desentendimentos, mas
a gente nunca viu ela machucada".
O universitário conta que a
polícia orientou os moradores do andar a não saírem pelo corredor e usar o
elevador de serviço e as escadas. "A gente não imagina que vai acontecer
no nosso prédio. A gente não via as crianças no play. Eu encontrava mais eles
no elevador quando iam para a escola", Carlos acrescenta.
SEPARAÇÃO
A mãe de criação de Luciana
acompanha o caso de perto, muito abalada e preferiu não falar com a imprensa.
Outros familiares também estão no local.
Parentes da mulher avisam que
há um ano ela tenta se separar do tenente-coronel e já fez vários boletins de
ocorrência contra ele.
O militar é apontado como um
cara muito ciumento, chegando a fazer com que ela saia de casa apenas com um
filho por vez, com medo de que ela ela fuja levando as duas crianças.
"Ele não está bem
psicologicamente. Isso não é atitude de pessoas que estão bem. Agora, a nossa
maior preocupação é que ele caia em si e veja o que está fazendo com a família.
Estamos esperando que o comandante dele chegue aqui e nos ajude", torce
Cláudia Carvalho, prima de Luciana.
Por: O Dia