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A carne de bode é magra e rica em nutrientes. O leite de cabra também é bastante usado na alimentação humana. — Foto: Celso Tavares/G1 |
Para minimizar degradação do
solo, criadores de caprinos e ovinos limitam o tamanho dos rebanhos, cercam
áreas de preservação ambiental e aproveitam o esterco para espalhar sementes de
plantas nativas.
É preciso muito cuidado
antes de mexer com o bode dos outros no sertão nordestino: qualquer mal
entendido pode dar confusão. Os caprinos e ovinos são, ali, um investimento sem
igual. O bode é criado solto. Durante o dia, come à vontade das plantas da
caatinga e, de noite, volta "de bucho cheio" para o chiqueiro. Quando
um bode se perde, vizinhos cuidam do animal até que o dono seja localizado. De
carne magra e rica em nutrientes, um bode alimenta muita gente. E a cabra dá
bom leite.
A "cultura do
bode" é parte da essência do sertanejo. Mas cresce a consciência de que os
caprinos e ovinos devem ser aliados à preservação da caatinga, e não vilões da
desertificação. Como são devoradores de plantas, superpopulações de animais não
deixam a vegetação se regenerar. Com a elevação das temperaturas e chuvas mal
distribuídas ao longo do ano, a degradação do solo pode ser irreversível.
Nesta edição do Desafio
Natureza sobre a desertificação, o G1 foi até o sertão ver áreas degradadas,
preservadas e em recuperação da caatinga. A desertificação é causada
principalmente por eventos climáticos e pela ação humana.
Observamos, também, como a
população local é afeiçoada ao bode. Por isso, muitos têm buscado técnicas para
que essa importante fonte de renda e alimento seja mais sustentável.
Caprinos e ovinos no Brasil
De acordo com Iêdo Bezerra
Sá, pesquisador da Embrapa Semiárido, o risco da desertificação causada por
atividades agropecuárias é real na região Nordeste.
"O semiárido brasileiro
tem solos predominantemente frágeis. E o solo é o substrato onde se faz a
agricultura, a pecuária. Os solos se degradam com muita facilidade,
principalmente quando estão descobertos, desmatados, 'o solo nu', como dizemos
na linguagem técnica", explica Bezerra Sá.
É nesse contexto que entra o
impacto ambiental da criação de caprinos e ovinos.
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Excesso de caprinos e ovinos pode agravar degradação da caatinga. — Foto: Celso Tavares/G1 |
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Por:G1