Ministério da Saúde e os órgãos de saúde internacionais recomendam que pacientes que testaram positivo para a Covid-19 mantenham isolamento social por 14 dias. Planalto não se manifestou.
O presidente Jair Bolsonaro passeou de moto e conversou sem máscara com garis que
faziam a limpeza de uma área externa do Palácio do Alvorada na tarde desta
quinta-feira (23). O presidente informou há duas
semanas que contraiu Covid-19. Desde então, trabalha da residência oficial do Palácio
da Alvorada. Na quarta, ele anunciou que seguia
com coronavírus após ter feito um novo teste, o terceiro desde que afirmou
estar infectado.
As
imagens do passeio foram feitas pelo repórter-fotográfico Adriano Machado, da
agência Reuters. Não é possível, com base nas fotos, saber a distância de
Bolsonaro para os garis.
O Ministério da Saúde e
os órgãos de saúde internacionais recomendam que pacientes que testaram
positivo para a Covid-19 mantenham isolamento social por 14 dias. A
recomendação é para que, neste período, o paciente mantenha distância de
pessoas da própria casa, tenha objetos pessoais reservados e evite sair de
casa. Se for preciso, é necessário o uso de máscaras.
Combinar o distanciamento social, o uso de máscaras e
a higiene das mãos é melhor estratégia para combater a Covid-19,
mostra um estudo publicado na terça-feira (21) na revista científica
"Plos".
Os
métodos já eram recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por
especialistas ao redor do mundo para diminuir a contaminação pela doença, que já matou mais de 80 mil pessoas no Brasil.
A transmissão do novo coronavírus ocorre pelo contato
com o vírus, que é transportado por gotículas expelidas pela fala,
tosse ou espirro de pessoas doentes. A infecção se dá quando estas gotículas
entram em contato com a mucosa dos olhos, nariz e boca.
Estas
gotículas com o vírus podem estar presentes no ar, ao serem expelidas, ou podem
estar sobre superfícies contaminadas, como o rosto ou mãos, e objetos, como
maçanetas, botões de elevador, corrimão, e apoios em transporte público, por
exemplo.
O G1 procurou a Secretaria Especial
de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), que informou que não iria se manifestar.
Em uma transmissão ao vivo no final da tarde de quinta, Bolsonaro não mencionou
o passeio de moto, mas falou sobre a pandemia:
"A questão da pandemia, não tem como. Não
existe como evitar, só se você ficar isolado num canto aí, aí você pode evitar.
Fora isso, quem está vivendo em sociedade, mais cedo ou mais tarde vai pegar.
Não tem como evitar morte no tocante a isso. No Brasil, ninguém morreu, pelo
que tenho conhecimento, por falta de atendimento médico. Ninguém morreu, tá?
Todos os recursos, o governo repassou para estados e municípios."
Questionada
sobre os funcionários expostos ao contato com Bolsonaro, a Secretaria-Geral da
Presidência informou:
"Na hipótese de ter havido contato próximo
(menos de um metro de distância), por período prolongado, com qualquer pessoa
com COVID-19, a decisão [sobre como proceder] caberá à empresa contratante
desses funcionários".
A secretaria disse ainda: "No
entanto, ressalta-se que todas as empresas prestadoras de serviços
terceirizados foram orientadas pela Secretaria Especial de Administração a
observar as orientações expedidas pelo órgão central do Sistema de Pessoal
Civil da Administração Pública Federal – SIPEC, assim como as informações e
diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde, quanto aos cuidados
preventivos aos riscos de contágio com COVID-19".
Por G1