O cenário desolador do Morro da Oficina dá a dimensão da tragédia causada pela chuva que já deixou 54 mortos na cidade de Petrópolis e provocou mais de 180 deslizamentos de terra. Foi o número parcial divulgado por volta das 13h desta quarta-feira (16/2). A lista de óbitos vem aumentando a cada atualização das autoridades.
No Morro da Oficina, antes loteado
por casas alinhadas em uma mesma ladeira, surgiu uma extensa faixa de terra –
resultado do deslizamento da avalanche de lama e rochas. O forte temporal teve
início no fim da tarde dessa terça-feira (15/2).
Dezenas de casas foram soterradas. Um bar, cheio de clientes, desapareceu sob a massa de destroços. O mesmo aconteceu com outros endereços do modesto comércio existente por ali.
O Morro da Oficina não foi um ponto isolado. A destruição causada pelas chuvas atingiu diversas regiões de Petrópolis – município da região serrana do Rio conhecido por sua relevância histórica e também chamado de Cidade Imperial. No centro, onde estão atrações como o Museu Imperial e o Palácio de Cristal, a água tomou conta das ruas.
As diversas ladeiras da cidades canalizaram enxurradas, que arrastaram carros e até ônibus, com a pressão alcançada pelas águas. Na manhã desta quarta-feira (16/2), carros permaneciam atravessados pelas ruas, alguns completamente destruídos.
O governador fez a ressalva sobre os locais atingidos por deslizamentos graves. “Ali vai demorar um pouco e o estado vai precisar entrar muito forte”, acrescentou. Desde a madrugada, cerca de 400 bombeiros trabalham na região. A Secretaria de Defesa Civil listou doze pontos de Petrópolis com registros considerados de maior gravidade.
Foram seis horas de chuva. Em três horas, o volume já superava a previsão para todo o mês de fevereiro. A Defesa Civil recebeu mais de 260 chamados de moradores em áreas atingidas pela força do temporal. Ainda não existe uma estimativa sobre o número de desaparecidos. E a busca por sobreviventes prossegue.
Agência Brasil