Segundo coordenador da força-tarefa de resgate e repatriação, dos brasileiros que já entraram em contato com o Itamaraty, 110 manifestaram interesse em voltar ao Brasil. Números foram divulgados em entrevista à rádio CBN.
O coordenador da
força-tarefa de resgate e repatriação do Itamaraty na guerra da Ucrânia,
ministro Unaldo Eugênio Vieira de Sousa, afirmou nesta quinta-feira (3) que 13
brasileiros que estão no país invadido pela Rússia disseram que não querem ser
repatriados. A afirmação foi feita durante entrevista à rádio CBN.
Segundo Sousa, pelo menos
129 pessoas entraram em contato com as embaixadas do país em Kiev e Varsóvia,
sendo que 110 manifestaram interesse em retornar ao Brasil. No entanto, 70
delas não conseguiram dar detalhes sobre a localização.
Os números divulgados por
ele na entrevista são:
70 brasileiros querem voltar
e passaram a localização de onde estão na Ucrânia
40 querem voltar, mas ainda
não souberam dizer ao Itamaraty exatamente em que cidada ucraniana estão
13 declararam que não querem
ser repatriados
3 estão em Lviv e
solicitaram, oficialmente, apoio para ir para Polônia
Brasileiros que estavam em bunker de hotel deixam capital da Ucrânia após resgate da embaixada brasileira — Foto: Arquivo pessoal |
'Difícil saber o amanhã', diz jogador de Caruaru que está em Kherson, principal cidade ucraniana tomada por russos
O ministro destacou que
ainda há segurança para fazer os deslocamentos de trem, carro ou ônibus para
deixar o território ucraniano, sobretudo pela região Oeste.
Unaldo Eugênio Vieira de Sousa também disse que a logística para buscar os brasileiros na Polônia com aeronaves da FAB está preparada. Pouco depois da entrevista, o Ministério da Defesa informou que um avião militar sairá do Brasil na segunda-feira (7) para buscar, na Polônia, brasileiros saídos da Ucrânia.
Padre e esposa de ucraniano
decidem ficar
Padre Lucas Perozzi Jorge está na Ucrânia desde 2004 — Foto: Arquivo pessoal |
O padre brasileiro Lucas
Perozzi Jorge, de 36 anos, é um dos que não pretendem sair da Ucrânia.
Ele, que nasceu em Álvares
Machado, no interior de SP, está no país desde 2004 e, mesmo com a guerra, não
pretende abandonar o lugar em que ele conta que cresceu, evoluiu e se ordenou
sacerdote da Igreja Católica.
A paróquia em que o
religioso trabalha, em Kiev, tornou-se um refúgio para quem busca proteção
contra a guerra.
"Eu sempre tive a
certeza de ficar aqui. Já me falaram para voltar, mas aqui é o meu lugar, o
lugar que eu escolhi para compartilhar, seja na alegria ou na guerra",
contou ao g1.
Quando o conflito entre a
Rússia e a Ucrânia começou, na semana passada, ele estava fora de Kiev, onde
mora. "Eu estava no extremo oeste da Ucrânia, onde está um irmão. Eu
estava fazendo um curso e soube da explosão da guerra e decidi voltar o mais
rápido possível", disse.
Outro exemplo é a jornalista
Paula Pereira, de 36 anos, que mora em Odessa, cidade no sul da Ucrânia. Ele
tem um marido ucraniano e, por isso, não pretende sair do país.
"Meu marido é ucraniano
e, neste momento, ele não pode deixar o país - e não, não estou fazendo nenhum
ato heroico ou prova de amor ao ficar. Não é 'só' por causa dele que fiquei.
Mas claro, o fato de não termos filhos facilita a minha decisão. Se eu tivesse,
eu teria partido", contou Paula.
Paula comenta que, mesmo com
a decisão de ficar na Ucrânia, "não significa que depois tenha ficado tudo
simples. Quem decidiu partir também está sofrendo, pois não sabem como fica a
família e os amigos por aqui".
Por: G1