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Além de ferir o pai, o adolescente é suspeito de matar a mãe e o irmão de 7 anos
O policial militar reformado
que foi baleado pelo filho adolescente de 13 anos, no sábado (19), em Patos
(PB), está paraplégico, segundo o médico-cirurgião Caio Guimarães, que cuida do
caso. Além de ferir o pai, o adolescente é suspeito de matar a mãe e o irmão de
7 anos.
A proibição de jogos online
e a cobrança por boas notas na escola teriam motivado o ataque, segundo a
polícia.
O cirurgião disse que o
policial de 56 anos ainda não passou por cirurgia e está consciente. A condição
de saúde do policial é estável até o momento.
"Ele está sem
entubação, consciente e orientado. Está paraplégico, sem sentir as pernas, mas
está estável. Ele vai ser avaliado dia a dia para [ver se podemos] dizer alguma
coisa a mais", afirmou Guimarães.
O delegado Renato Leite,
responsável pelas investigações, disse em entrevista ao UOL que o adolescente
foi encaminhado para o Centro Socioeducativo de Sousa, no interior da Paraíba,
onde deve ficar inicialmente por 45 dias. O adolescente admitiu, em depoimento
ao delegado, que foi o autor dos disparos que matou a mãe, o irmão e deixou
ferido o próprio pai.
"Em seu depoimento, em
nenhum momento ele chorou ou demonstrou emoções. Chegou a mostrar surpresa, e
uma aparente frustração ao saber que o pai tinha sobrevivido", declarou
Leite, diante do que considerou uma lamentável tragédia familiar em razão da
valorização excessiva das relações virtuais.
Ainda sobre o comportamento
do adolescente, o delegado classificou como "um momento terrível o
depoimento", mas que é preciso acolher o garoto. "Não tenho
qualificação para traçar o perfil dele, mas ele precisa de acolhimento. Os pais
tentavam educá-lo, como acontece nas famílias, mas ele viu isso como uma
tentativa de impedimento de ficar no celular e nos jogos online, então decidiu
acabar com o que achava que era o problema, no caso, a família", afirmou
ele. "É um caso chocante, algo terrível."
Leite disse que o inquérito
está quase concluído e que está apenas aguardando alguns laudos para encaminhar
para o Ministério Público. Sobre o depoimento do pai do garoto, Leite explicou
que é algo importante, mas que, diante das circunstâncias, ele pode ser ouvido
diretamente pelo Ministério Público.
Sob forte comoção, os corpos
da mãe e do irmão do adolescente foram enterrados no domingo (20). Uma multidão
acompanhou o cortejo e o enterro das vítimas, em Patos, cidade onde moravam.
Vizinhos da família fizeram uma corrente de oração na frente das casas pedindo paz.
Em vídeo publicado nas redes
sociais, uma das vizinhas, identificada como Fabrícia, disse que ainda está sem
entender o que aconteceu já que a família "era muito querida,
perfeita".
Folha Press