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Paulo
Cupertino durante depoimento no Tribunal do Júri, na última quinta-feira (29).
• Reprodução
Especialistas ouvidos pelo g1 explicam que, como crime foi cometido antes da sanção do Pacote Anticrime, tempo máximo da pena não pode passar de 30 anos. Cupertino foi capturado e preso em maio de 2022 e condenado por triplo homicídio na sexta (30).
Paulo
Cupertino foi condenado a 98 anos de reclusão em regime fechado por matar a
tiros o ator Rafael Miguel e os pais dele, João e Miriam, em junho de 2019.
Houve comemoração dos familiares das vítimas após a leitura da sentença, que
aconteceu ao fim do julgamento na sexta-feira (30).
Ele
foi condenado por triplo homicídio duplamente qualificado — por motivo torpe e
recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. O crime também foi agravado
porque o assassino fugiu do local.
No
entanto, apesar de ter recebido uma pena de quase 100 anos, Cupertino poderá
ser solto daqui a 27, no ano de 2052.
Isso
porque, no Brasil, o tempo máximo de cumprimento de pena era de 30 anos até a
sanção do Pacote Anticrime, em dezembro de 2019;
Essa
nova legislação aumentou o limite para 40 anos;
Como
Cupertino cometeu o crime em junho de 2019, antes da sanção da Lei 13.964/2019,
deve-se aplicar a lei mais benéfica ao réu, conforme o princípio da
irretroatividade da lei mais grave;
Como
o assassino do ator Rafael Miguel foi capturado e preso em maio de 2022, ele já
cumpriu 3 anos da pena, restando 27 para o cumprimento total.
"Como
o artigo 75 do Código Penal limitava o cumprimento de pena, à época, a 30 anos,
ele teria que sair com 30 anos de cumprimento, ou seja, antes de qualquer
progressão de regime", explicou o advogado criminalista Leonardo Massud,
já que, para progredir para o semiaberto, ele deveria cumprir dois quintos da
pena total, o que ultrapassa 30 anos.
Dessa
forma, Cupertino deve passar todo o período da prisão em regime fechado, sem
progressão.
Julgamento
de Cupertino
A
sentença do juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, da 1ª Vara do Júri da Capital,
foi dada a partir da decisão majoritária dos quatro homens e três mulheres que
foram jurados.
Ao
menos quatro dos sete jurados o condenaram pelos três assassinatos em todos os
quesitos. Quando a votação atinge a maioria do júri, a Justiça para de contar
os votos.
O
júri popular ocorreu nos dias 29 e 30 de maio, no Fórum da Barra Funda, em São
Paulo.
Fonte: G1