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Os
tiros atingiram portões e paredes do prédio, que atende crianças e jovens da
etnia Xucuru-Kariri. Apesar do susto, não houve feridos - Foto: Divulgação |
Prédio da Aldeia Fazenda Canto foi encontrado com disparos, mas não houve feridos; ataque ocorre em meio à disputa pela demarcação de terras
Uma
escola indígena da Aldeia Fazenda Canto, em Palmeira dos Índios, agreste de
Alagoas, foi encontrada com marcas de disparos de arma de fogo na manhã desta
segunda-feira (10). Os tiros atingiram portões e paredes do prédio, que atende
crianças e jovens da etnia Xucuru-Kariri. Apesar do susto, não houve feridos.
A
ocorrência foi divulgada pelo ex-secretário de Cultura do município, Cássio
Junior, durante o programa “A Notícia”. Até o momento, não há informações sobre
os autores, a motivação ou o horário exato dos disparos. Lideranças indígenas
acreditam que o ataque possa ter sido uma tentativa de intimidação, já que a
comunidade vive um período de tensão em função do processo de demarcação de
terras indígenas.
Após
mais de 150 anos de reivindicação, a demarcação das terras do povo
Xucuru-Kariri deve avançar em dezembro. Segundo o líder indígena Tanawy
Xukuru-Kariri, 35 dos 463 proprietários com áreas incidentes sobre o território
indígena serão indenizados até 14 de dezembro, prazo prorrogado pela Funai para
a conclusão da avaliação indenizatória. Essa etapa é considerada crucial para a
regularização fundiária da região, que há décadas enfrenta disputas entre
indígenas e produtores rurais.
O
tema tem gerado forte repercussão política. Na semana passada, o ex-prefeito
James Ribeiro se manifestou contra a demarcação, alegando que a medida
representa uma “grande injustiça” e poderá causar prejuízos econômicos e
sociais à população local. Em vídeo publicado nas redes sociais, Ribeiro
afirmou que apenas um lado foi ouvido, ignorando registros históricos e laudos
que comprovariam a posse de famílias tradicionais.
“Famílias que vivem há gerações na terra estão sendo tratadas como invasoras”, declarou o ex-prefeito, acrescentando que o processo fere o direito de propriedade, garantido pela Constituição. Ele também afirmou que não há conflito na região, apenas pequenos produtores e famílias trabalhadoras que dependem da terra para sobreviver.
Fonte: Tribuna Hoje

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