Um estudo do Ministério de Saúde e do Instituto Nacional de
Estatística aponta que entre 2010 e 2015, 936 adultos maiores de 70 anos
tiraram sua própria vida no período.
Apesar de apontada como modelo
pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a privatização da Previdência Social
chilena, promovida pelo general Augusto Pinochet na década de 1980, está
cobrando um preço cada vez mais elevado.
O colapso do sistema tem
ganhado maior visibilidade nos últimos dias à medida que o arrocho no valor das
pensões e aposentadorias se reflete no aumento do número de suicídios.
De acordo com o Estudo
Estatísticas Vitais, do Ministério de Saúde e do Instituto Nacional de
Estatísticas (INE), entre 2010 e 2015, 936 adultos maiores de 70 anos tiraram
sua própria vida no período.
O levantamento, segundo o
jornal Hora do Povo, aponta que os maiores de 80 anos apresentam as maiores
taxas de suicídio – 17,7 por cada 100 mil habitantes – seguido pelos segmentos
de 70 a 79 anos, com uma taxa de 15,4, contra uma taxa média nacional de 10,2.
Conforme o Centro de Estudos de Velhice e Envelhecimento, são índices mórbidos,
que crescem ano e ano, e refletem a “mais alta taxa de homicídios da América
Latina”.
Uma das autoras da pesquisa
ministerial, Ana Paula Vieira, acadêmica de Gerontologia da Universidade
Católica e presidenta da Fundação Míranos, avalia que muitos dos casos visam
simplesmente acabar com o sofrimento causado, “por não encontrar os recursos
para lidar com o que está passando em sua vida”.
O fato é que à medida que a
idade avança e os recursos para o acompanhamento e o tratamento médico vão
sendo reduzidos pela própria irracionalidade do projeto neoliberal de
capitalização da Seguridade, os idosos passam a se sentir cada vez mais como um
fardo para os seus familiares e entes queridos.
Fonte/ bahia.ba