Caso aconteceu em Eunápolis. Segundo relato da mulher,
enfermeira obstétrica se recusou a fazer parto. Após ocorrido, profissionais de
plantão foram afastados.
"Eu pari como se eu fosse um animal. Eu quero
justiça, porque se eu tivesse ganhado a minha filha com atendimento médico, ela
não teria passado o sufoco de quase ter morrido, porque ela saiu de dentro de
mim quase morta", contou a mulher que teve bebê na recepção do Hospital
Regional de Eunápolis, cidade do sul da Bahia.
Andreia deu entrada na unidade de saúde por volta de 1h
do domingo (9). Segundo o relato dela, uma enfermeira obstétrica fez o primeiro
atendimento dela. Ela foi levada até a sala de pré-parto, onde fez o exame do
toque, que foi constatado quatro centímetros de dilatação.
No entanto, segundo Andreia, a profissional recusou fazer
o parto e pediu que ela voltasse para recepção. Nesse período, as contrações de
Andreia aumentaram e ela acabou dando à luz a Aila Valentina.
"A gente subiu e ela fez o toque em mim, falou que
não poderia fazer o meu parto e que não ia chamar os médicos para poder ajudar.
Minha mãe pediu para ela, pelo amor de Deus, para ela vir me ajudar, chamar o
médico. Ela falou que se minha mãe quisesse, ela procurasse a subdireção do
hospital para poder vir ao meu parto, porque ela não queria fazer",
relatou Andrea.
Andreia contou ainda que a enfermeira falou para elas
procurarem outro hospital, já que não tinha médicos disponíveis naquela unidade
de saúde.
"Ela falou que não ia chamar porque não tinha médico
nenhum dentro do hospital. Ela falou para minha mãe que era para me levar para
casa e que, se minha mãe quisesse, procurasse outro hospital. Minha mãe falou:
'Então vou para casa e chamar o Samu'. Ela disse: 'Então a senhora vá para casa
e chame a Samu para fazer o parto da sua filha, porque eu não vou fazer'",
completou Andreia.
Um vídeo mostra o momento em que o parto acontece. A
mulher estava deitada nas cadeiras da recepção e deu à luz após receber ajuda
de familiares e pacientes.
"Foi revoltante. A gente estava no hospital, em um
lugar público, que é de direito nosso, e teve que fazer o parto uma pessoa que
não tem envolvimento nenhum com medicina, é um absurdo. Negligência",
contou Simária Oliveira, amiga da paciente.
Nas imagens, é possível ver que a criança não nasceu
chorando e estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço. Apesar da
situação, Aila Valentina passa bem.
Segundo o Hospital Regional de Eunápolis, o parto na
recepção da unidade foi um erro grave e intolerável, cometido por parte da
equipe médica e de enfermagem de plantão. Os profissionais foram afastados de
suas funções e um inquérito administrativo foi aberto para que punições legais
sejam executadas.
A unidade médica também disse que vai acionar o Conselho
Regional de Enfermagem da Bahia (Coren), Conselho Federal de Medicina (CRM) e o
Ministério Público da Bahia (MP-BA) para que façam parte do inquérito aberto na
unidade, sendo também divulgado à sociedade as medidas e punições adotadas
neste caso.
Por G1/Vídeos: Youtube