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Fernando Fernandes de Bessa em foto próximo de jacarés — Foto: Fernando Bessa/ Arquivo pessoal Ele pedalava pela Rodovia Transpantaneira qua...

VÍDEO: CICLISTA PASSA EM MEIO A DEZENAS DE JACARÉS DURANTE PASSEIO NO PANTANAL EM MT

Fernando Fernandes de Bessa em foto próximo de jacarés — Foto: Fernando Bessa/ Arquivo pessoal

Ele pedalava pela Rodovia Transpantaneira quando encontrou muitos jacarés aglomerados às margens de um lago. Biólogo ouvido pelo G1 diz cena mostra como a convivência entre pessoas e animais pode ser harmoniosa.


Parece cena de filme ou até um meme (e choca pela tranquilidade): um homem passeia calmamente de bicicleta em meio a muitos e muitos jacarés. Mas o vídeo que abre esta reportagem (e que viralizou nas redes sociais) é real, aconteceu no Pantanal mato-grossense e, segundo o protagonista, Fernando Fernandes de Bessa, de 39 anos, divulgá-lo tem um motivo nobre:

“Eu fiz esse vídeo não foi no intuito de ofender ninguém ou invadir o espaço dos jacarés, pelo contrário, o intuito desse vídeo era mostrar para as pessoas que nós podemos ter uma harmonia com os animais", disse ele ao G1.

Fernando pedala todos os dias. Ele, que é escultor e artista plástico, mora em Poconé (MT) há 22 anos.

Segundo ele, a ideia dele ao postar o vídeo tinha o intuito de promover o turismo no Pantanal e mostrar que é possível conviver em harmonia com os animais.

 

"Não tive um pingo de medo.”

O registro foi feito durante um passeio de bicicleta. Ele estava na Rodovia Transpantaneira quando passou por um grupo grande de jacarés aglomerado às margens de um lago. Era início da manhã e os jacarés tomavam banho de sol.

No vídeo, Fernando vai até certo ponto e desce da bicicleta. Ele anda devagar e segue o trajeto muito próximo dos animais, que se afastam e correm para a água.



 

Fernando diz que convive com os animais todos os dias.

 

“ Quando eu passei ali pelos jacarés, eu desci em respeito a eles, ao espaço deles. E passei caminhando. Não [era a intenção] espantar os bichos ou desrespeitar. O maior objetivo foi mostrar para as pessoas que, ao passar perto de um bicho, respeite o espaço deles."

Ciclista passa em meio a milhares de jacarés durante passeio no Pantanal em Mato Grosso — Foto: Fernando Bessa/Arquivo pessoal


Mesmo assim, o ciclista recebeu críticas nas redes sociais de pessoas que o acusaram de invadir o espaço dos bichos. Ele, entretanto, reafirma que não teve tal intenção nem quis assustá-los.

Apesar de não ter medo, Fernando não aconselha as pessoas a fazerem esse tipo de passeio, já que é preciso ter conhecimento do lugar ou e dos animais.

 

Natureza em harmonia com homem


Segundo o biólogo Henrique Abrahão Charles, consultado pelo G1, os jacarés dessa região se alimentam praticamente de peixes e têm entre dois a três metros de comprimento. A cena do ciclista passando muito perto dos animais é visto, por Charles, como algo raro.

“A ideia dos animais sempre é buscar a fuga. Esses jacarés do Pantanal não se alimentam de pessoas e veem o homem como perigo. Dentro da água eles se sentem mais protegidos, por isso, quando ele vai passando, eles correm para dentro da água."

Na opinião do biólogo, a respeito das críticas que o ciclista recebeu, qualquer outro fator também faria com que os jacarés corressem para dentro da água.

“O banho de sol faz parte da vida deles e entram e saem da água o tempo inteiro. Qualquer barulho que eles sentem como ameaça, vão entrar na água. Uma interferência esporádica não vai fazer nenhum problema para o animal”, explicou o biólogo.

De acordo com ele, os jacarés possuem os chamados organismos ectotérmicos. Ou seja: eles usam o sol para aumentar o metabolismo, assim como as serpentes e os lagartos.

“As pessoas que o criticaram por passar perto de bicicleta, saibam que ele, de certa forma, imortalizou a educação ambiental mostrando que esses animais não são monstros que vão atacar as pessoas do nada. Eles simplesmente estão vivendo harmonicamente na natureza."

"Ele deixa a mensagem bem clara que animais não são monstros que saem para atacar os outros”, pontuou o biólogo.

 

Por Denise Soares, G1 MT

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