Dezessete PMs são indiciados
pelo desaparecimento de Davi Fiúza
Dezessete policiais militares
foram indiciados no inquérito da Polícia Civil que investigou o desaparecimento
de Davi Fiúza, de 16 anos, em outubro de 2014, após uma abordagem em Salvador.
O advogado da família da vítima, Paulo Kleber Filho, divulgou a informação à
reportagem TV Bahia nesta terça-feira (7).
Procurada pelo bahia.ba, a
Polícia Civil prometeu se manifestar através de nota.
Entre os indiciados, estão
dois tenentes, dois sargentos, e 13 homens que eram alunos da Polícia Militar
na época do crime. Os dois tenentes e dois sargentos seguiriam em atividade na
corporação, ainda que alvos da investigação. Os envolvidos devem responder por
sequestro, homicídio e ocultação de cadáver.
“O inquérito foi concluído com
indiciamentos conclusivos para indiciar 17 policiais militares, sendo dois
oficiais tenentes, dois sargentos e 13 alunos PM. A gente não sabe se todos [os
alunos] se tornaram aptos a estar nas ruas, mas a gente sabe que todos que
estavam instruindo esses alunos participam hoje e estão ativos na polícia.
Todos estão prestando serviço de segurança mesmo sendo investigados por esse
crime”, afirmou Paulo Kleber Filho durante a entrevista.
O inquérito da investigação
foi concluído pela Polícia Civil e entregue ao Ministério Público do estado
(MP-BA) no dia 2 de agosto, quase quatro anos após o sumiço do adolescente.
Inicialmente, 23 militares tinham sido indiciados. O MP pediu nova apuração à
polícia, que, após revisão do inquérito, terminou indiciando 17 policiais pelo
crime.
O caso é acompanhando pela ONG
Anistia Internacional, que criticou, em nota, a lentidão para conclusão do
inquérito. “Policiais militares são os responsáveis pelo desaparecimento de
Davi Fiuza. É muito grave que a Polícia Civil tenha sido tão lenta na condução
da investigação e que a conclusão do inquérito permaneça em sigilo. Não apenas
a família de Davi, mas a sociedade como um todo tem o direito de saber o
conteúdo deste inquérito. Diante de tanta morosidade, é urgente que o
Ministério Público denuncie os policiais responsáveis pelo desaparecimento de
Davi”, afirma Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional
Brasil.
Por: bahia.ba