Governador do DF
não informou se manterá regras; já os chefes do Executivo de Roraima e de
Rondônia não se manifestaram. Dezenove dos 27 governadores criticaram fala do
presidente.
Ao menos 24 dos 27
governadores informaram que manterão as regras de isolamento apesar das
declarações do presidente Jair Bolsonaro.
Na noite de terça-feira (24), Bolsonaro fez pronunciamento em que pediu a
"volta à normalidade", o fim do "confinamento em massa" e
disse que os meios de comunicação espalharam "pavor".
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Disseram que manterão
as regras de isolamento: governadores de AC, AL, AP, AM,
BA, CE, ES, GO, MA, MT, MS, MG, PA, PB, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, SC, SP, SE e
TO;
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Não disse se
manterá: governador do DF;
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Não se
manifestaram: governadores de RO e RR.
A fala de Bolsonaro foi
criticada por 19 governadores.
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Criticaram a fala de
Bolsonaro: governadores de AC, AL, AP, BA, CE, ES, GO, MA, MS, PA, PB, PE,
PI, RJ, RN, RS, SC, SP e SE;
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Evitaram
criticar: governadores de AM, DF, MT, MG, PR e TO;
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Não se
manifestaram: governadores de RO e RR.
Leia abaixo a posição dos governadores:
João Doria (PSDB), governador
de São Paulo
“Na condição de cidadão,
de brasileiro, e também de governador, inicio lamentando os termos do seu
pronunciamento à nação. O senhor como presidente da República tem que dar o
exemplo. Tem que ser mandatário para comandar, para dirigir, liderar o país, e
não para dividir."
Wilson Witzel (PSC), governador
do Rio de Janeiro
"Na manifestação em
cadeia de rádio e TV, o presidente da República contraria as determinações da
Organização Mundial de Saúde. Nós continuaremos firmes, seguindo as orientações
médicas e preservando vidas. Eu peço a vocês: por favor, fique em casa."
Renato Casagrande (PSB),
governador do Espírito Santo
"Pronunciamento do
Pres.Jair Bolsonaro foi desconectado das orientações dos cientistas, da
realidade do mundo e das ações do Ministério da saúde. Confunde a sociedade,
atrapalha o trabalho nos Estados e Municípios, menospreza os efeitos da
Pandemia. Mostra que estamos sem direção."
Ronaldo Caiado (DEM),
governador de Goiás
"Fui aliado de
primeira hora, durante todo tempo [de Bolsonaro], mas não posso admitir que
venha agora um presidente da República lavar as mãos e responsabilizar outras
pessoas por um colapso econômico ou pela falência de empregos que amanhã venha
a acontecer. Não faz parte da postura de um governante. Um estadista tem que
ter a coragem de assumir as falhas. Não tem de responsabilizar as outras
pessoas. Assuma a sua parcela". "Não tem mais diálogo com este homem. As coisas têm
que ter um ponto final ", afirmou Caiado.
Helder Barbalho (MDB),
governador do Pará
"Em relação ao
pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, eu respeito a opinião de todos,
mas não me furto a reafirmar nossa linha de ação. Nós buscamos, desde o início,
as orientações dos técnicos, dos médicos, das autoridades e também dos países
que já passaram pelo pior da crise. O caminho que o Governo do Pará buscou foi
o do bom senso, o do equilíbrio."
Wellington Dias (PT),
governador do Piauí
"É difícil não se
manifestar frente ao discurso do Presidente da República, que vai contra todas
as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Nós vamos seguir o que a
ciência nos comprova. O Piauí mantém todas as suas medidas de prevenção à
Covid-19".
Fátima Bezerra (PT), governadora
do Rio Grande do Norte
"Para muito além de
quaisquer divergências políticas, o que se trata aqui é de proteger a saúde da
população. Faço coro às palavras dos Secretários de Saúde do Nordeste. Não há
neste momento tão delicado o desejo nenhum de politizar a discussão, mas o
pronunciamento de hoje do Presidente é um equívoco! O pronunciamento dele vai
na contramão de todas as medidas defendidas pelos Estados e municípios em
sintonia com o Ministério da Saúde e pela própria sociedade!"
Flávio Dino (PCdoB), governador
do Maranhão
"Pronunciamento de
hoje mostra que há poucas esperanças de que Bolsonaro possa exercer com
responsabilidade e eficiência a Presidência da República. Os danos são
imprevisíveis e gravíssimos."
Reinaldo Azambuja (PSDB),
governador de Mato Grosso do Sul
“O país precisa de bom
senso, serenidade e equilibro nesta hora extrema, difícil! Precisamos salvar
vidas, combatendo a pandemia e também o caos econômico e social, representado
pela possibilidade de desemprego agudo, agravamento da fome entre os mais
vulneráveis e o desabastecimento da população! Ninguém está imune! Para superar
essa tragédia, todos temos que ser parte da solução. A hora exige alta
responsabilidade, dos governos, das empresas , dos cidadãos.”
Wilson Lima (PSC), governador
do Amazonas
"A minha posição é
muito clara. Não vamos voltar atrás de nenhuma decisão que foi tomada pelo
Governo do Estado do Amazonas. Até porque elas foram tomadas de maneira responsável
e seguindo o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde do Governo
Federal. Eu fui eleito para proteger e defender o povo do Estado do Amazonas e
é assim que eu vou continuar agindo".
João Azevêdo (Cidadania),
governador da Paraíba
"Um desserviço, a
destruição de tudo que está duramente sendo construído para proteger a
população. Em resumo, um absurdo." Ele ainda afirmou em uma rede social
que todas as medidas que foram tomadas para evitar o contágio do coronavírus
seguem implantadas.
Paulo Câmara (PSB), governador
de Pernambuco
"Enquanto líderes
de vários países tomam medidas necessárias para conter o avanço no novo
Coronavírus, aqui no Brasil, em pronunciamento veiculado em Rede Nacional, o
presidente Jair Bolsonaro vai contramão do que defendem autoridades sanitárias
e o próprio Ministério da Saúde. Discurso que, lamentavelmente, comprova que o
Brasil está sem comando num dos momentos mais desafiadores da história. O
sacrifício é imenso, mas todo esforço tem o único objetivo de salvar vidas. Por
isso, em PE, as medidas estão mantidas. É tempo de serenidade, união e
trabalho."
Gladson Cameli (PP), governador
do Acre
“O objetivo principal
nesse momento é preservar vidas dos cidadãos acreanos, sejam eles estudantes,
aposentados, empresários, assalariados ou em condições de vulnerabilidade.
Estão mantidas todas as medidas necessárias adotadas pelo governo estadual no
sentido de resguardar o isolamento social e visando promover a quebra da linha
de contágio. Lamento que neste momento, onde devemos destinar toda energia e
foco em combater o Coronavírus, se procure politizar as opiniões e ações dos
agentes públicos.”
Eduardo Leite (PSDB),
governador do Rio Grande do Sul
"É urgente
encontrar alternativa ao confinamento. Mas não se faz isso com ataques à
ciência e cautela médica mundialmente estabelecidas. Não deixamos de olhar
economia/empregos. Mas não assistiremos inertes a uma doença se alastrar.
Protege-se: 1) a vida; 2) os empregos. Nesta ordem."
Renan Filho (MDB), governador
de Alagoas
"Alagoanos e
alagoanas, como sempre longe de extremismos, quero reafirmar o meu compromisso
com o firme propósito de manter as medidas preventivas que vêm sendo adotadas
no enfrentamento ao novo coronavírus em nosso estado. Apesar do pronunciamento
do presidente da República na noite desta terça-feira, que vai de encontro às
recomendações da Organização Mundial de Saúde, manteremos com firmeza e
serenidade nossas ações, lastreadas em estudos científicos e ouvindo as nossas
melhores mentes que estão conosco permanentemente reunidas. Saibam que a vida
de cada alagoano é e sempre será o bem mais precioso. Estamos trabalhando
diuturnamente para, de um lado, achatar a curva de contágio da Covid-19; e, do
outro, preparar a nossa rede hospitalar para a emergência do momento. É tempo
de união. Juntos estaremos e venceremos!"
Waldez Góes (PDT), governador do
Amapá
“O presidente da
República reuniu por videoconferência com os governadores e é impressionante a
distância entre o que o presidente, no diálogo que teve com os governadores, e
o discurso ontem. Também há uma diferença muito grande entre as orientações que
nós seguimos da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, dos
cientistas, dos médicos, da comunidade acadêmica, daquilo que o presidente
disse ontem. O que é estranho é a falta de alinhamento no governo central.
Todos os prefeitos e governadores que tomaram essa atitude não tomaram de livre
escolha. É necessário cobrar coerência do governo federal. Um posicionamento
coerente. Não podemos ouvir o ministro da saúde falando para a gente
providências e o governo federal desautorizando. Nós aqui no Amapá vamos
continuar firmes para atuarmos no combate ao coronavírus.”
Camilo Santana (PT), governador
do Ceará
"Cearenses, diante
do pronunciamento do presidente da República, em rede nacional, esta noite,
tenho apenas um comentário a fazer: vamos continuar trabalhando fortemente as
ações que visam evitar o avanço do coronavírus em nosso estado, como temos
feito até aqui. Todas as medidas adotadas por nós são recomendadas pelos
profissionais de saúde, pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), e têm
sido a melhor forma de enfrentamento ao coronavírus no mundo. Este não é um
momento para ataques e provocações, mas um momento de cooperação e da união de
todos. Da parte do Governo do Estado, continuaremos fazendo todos os esforços
possíveis para buscar a proteção dos cearenses. A vida de cada um de vocês está
em primeiro lugar."
Carlos Moisés (PSL), governador
de Santa Catarina
“Estarrecido com o
pronunciamento da presidente República em relação às medidas de isolamento,
venho informar à população de Santa Catarina que nesta quarta-feira, 25 de
março, iniciamos mais uma quarentena de sete dias por determinação de decreto
deste governador, mais sete dias para ficar em casa. Sabemos que precisamos equilibrar
as medidas de retomada da atividades econômicas com as de restrição para que a
gente não tenha contaminação em massa, [mas] é importante que nos mantenhamos
firmes no isolamento social, pois mostrou resultados positivo aqui em Santa
Catarina, já tivemos a curva de casos suspeitos diminuída. Ficar em casa é o
local mais seguro.”
Romeu Zema (Novo), governador
de Minas Gerais
“Minha prioridade é
salvar vidas. Portanto, Minas continua seguindo as recomendações da Organização
Mundial de Saúde (...) Em Minas Gerais nós estamos adotando as melhores
práticas, aquelas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde, e já adotadas
em países desenvolvidos. Queremos, em primeiro lugar, a preservação da vida,
mas compartilho da preocupação do presidente Bolsonaro com a questão
econômica”, disse o governador.
Ibaneis Rocha (MDB), governador
do Distrito Federal
"Não é hora de
politizar ou polemizar. Bolsonaro tem parte da razão, afinal muitos municípios
pequenos, sem qualquer caso de coronavírus, estão fechando. De outra parte,
cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília tem situações diferenciadas",
disse. "Acredito e preciso do apoio dos ministérios da Saúde e da
Economia. Sou hospedeiro do governo federal, que paga um 'aluguel', [na forma
do] Fundo Constitucional, pequeno para as condições da cidade que o
hospeda."
Mauro Carlesse (DEM),
governador do Tocantins
"O Tocantins
seguirá firme no propósito de manter a população livre do novo coronavírus e
conta com a parceria dos demais poderes, dos municípios, dos órgãos de controle
e, principalmente, com a população", informou o governador, por meio da
assessoria de imprensa.
Rui Costa (PT), governador da
Bahia
"Não é gripezinha.
Vou continuar trabalhando em defesa da vida. Olhar nos olhos das pessoas e
dizer: estamos numa guerra. ACORDA. Temos que vencê-la. Chega de discurso vazio
e delírios. Vamos trabalhar mais e mais. Responsabilidade. Todos contra o
coronavírus", disse em uma rede social.
Mauro Mendes (DEM), governador
de Mato Grosso
“Vamos continuar a
restringir o convívio social e a preparar toda a estrutura necessária para
atender aos possíveis doentes do coronavírus. Mas, não iremos proibir nenhuma
atividade econômica essencial, desde que haja a devida obediência às regras
sanitárias”, afirmou Mauro Mendes.
Ratinho Júnior (PSD),
governador do Paraná
Pela assessoria,
informou: "o governo do Paraná informa que manterá o planejamento e as
medidas de enfrentamento à pandemia do coronavírus".
Belivaldo Chagas (PSD),
governador de Sergipe
"A gente lamenta
porque, afinal de contas, quem tem que ser o grande líder neste momento é o
presidente da República. Enquanto ele diz uma coisa, o ministro da Saúde diz
outra. Eu vou preferir seguir as orientações do ministro da Saúde. Eu vou preferir
seguir as orientações dos sanitaristas de um modo geral. Portanto, nós vamos
estabelecer nossas regras e e cumpri-las (...) Lamentamos muito o
posicionamento do presidente da República, mas ele acha que está assumindo a
responsabilidade dele e nós temos a nossa. (...) Nós vamos cuidar das pessoas
neste momento, que é extremamente importante."
Coronel Marcos Rocha (PSL), governador de Rondônia
O governador ainda não
se manifestou.
Antonio Denarium (PSL), governador de Roraima
O governador não quis se
manifestar.
Por:G1